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Vítimas de trabalho escravo recebem amparo da OIT

400 trabalhadores foram resgatados no MT pela Organização Internacional do Trabalho

O direito humano ao acesso à terra e à água foi tema de debate promovido no fim de setembro, dia 25, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Nossa Senhora do Chumbo, no município de Poconé, no Mato Grosso.

O evento fez parte de uma iniciativa desenvolvida pelo Programa Ação Integrada para aprimorar os meios de vida da comunidade. O debate foi uma demanda dos próprios moradores, que veem estas questões como os maiores entraves para a geração de trabalho e renda. A oficina foi realizada por uma parceria entre OIT, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Centro Burnier Fé e Justiça. Aproximadamente 60 pessoas participaram das discussões, cujo objetivo foi promover o fortalecimento e a autonomia da comunidade.

Até meados dos anos 1970, o meio de produção predominante entre os moradores da comunidade era a atividade rural. Com a instalação da usina Alcoplan na região naquela década, o foco das atividades passou a ser a produção de álcool. Em 2005, a usina foi fechada após resgate de quase 400 trabalhadores subjugados à servidão por dívida.

Para criar alternativas de geração de renda para os trabalhadores resgatados, em 2015 o projeto Ação Integrada começou a atuar na região. O programa constrói soluções de meios de vida fundamentados no protagonismo da comunidade, como associativismo, cooperativismo, empreendedorismo e agricultura familiar.

Criada em 2009, a iniciativa desenvolvida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/MT), pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-MT) e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o apoio técnico e institucional da OIT, já atendeu mais de 700 trabalhadores.

Outros 50 trabalhadores do distrito de Cangas também participaram da primeira etapa de formação realizada pela OIT sobre processamento de frutas e verduras.

A demanda pelo treinamento veio da Central de Associações da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Município de Poconé (CAAFESP), criada para gerir um centro de processamento de frutas e verduras local, inaugurado em janeiro pelo governo federal.

O centro de processamento ainda não é utilizado por falta de conhecimento técnico dos trabalhadores, e a formação da OIT deve capacitá-los, além de contribuir para o desenvolvimento dos municípios da região ao sul do Mato Grosso.

“O fato é que, ao se criar uma organização social com a participação de associações para beneficiar e agregar valor às frutas e verduras, há um aumento da geração de renda pelos moradores”, explicou o oficial de projeto da OIT, Antonio Carlos Mello, que esteve presente nos eventos de Cangas e de Nossa Senhora do Chumbo.

Fonte: O Hoje.com

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