Alimentação reduz projeção de inflação para os próximos 12 meses
A média das projeções de inflação feitas pelo consumidor brasileiro em julho para os próximos 12 meses foi 7,2%, sinalizando uma queda de 0,2 ponto percentual em relação aos 7,4% projetados em junho. É o que mostra o Indicador de Expectativas de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado hoje (24).
Segundo os técnicos da FGV o resultado significa o retorno ao nível de maio passado. Quando observado em médias móveis trimestrais o indicador recuou de 7,4% para 7,3% entre junho e julho – uma queda de 0,1 ponto percentual e a primeira queda desde agosto de 2013.
Para o economista Angelo Polydoro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), a queda do indicador reflete “a redução observada nos itens do grupo alimentação”. Segundo ele é esperada “uma continuidade da expectativa de inflação em patamares elevados no curto prazo”.
Segundo técnicos do Ibre, as variações ocorridas nos últimos três meses foram influenciadas pelas mudanças nas previsões dos consumidores de classes de renda mais baixas, cuja renda familiar mensal é inferior a R$ 4.800. No mesmo período, os consumidores com maior poder aquisitivo mantiveram estáveis suas expectativas para a inflação.
O grupo alimentação e habitação na avaliação dos consumidores ouvidos pelo Ibre deve registrar crescimento em sua taxa de variação, com a expectativa passando de 0,44% para 0,48%, puxado pelo aumento da tarifa de energia elétrica residencial, de 0,69% para 1,33%.
Já o grupo despesas diversas manteve a taxa de variação registrada na última apuração: 0,30%. As principais influências partiram dos grupos clínica veterinária, que puxa as projeções de 0,70% para 1,02%; e tarifa postal de 6,15% para 4,48%.
As duas maiores médias de projeções de inflação para os próximos 12 meses ocorreram nos meses de abril, quando a taxa ficou em 7,5%; e em junho (7,4%). Em julho, a maior projeção da inflação para os próximos 12 meses foi verificada na faixa de renda até R$ 2,1 mil: 7,6%; seguido dos salários entre R$ 2,1 e R$ 4,8 mil: 7,3%. A menor ficou com a faixa de renda dos consumidores acima de R$ 9,6 mil: 7%. Para os consumidores com rendas de R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil as projeções apontam para uma inflação média para os próximos 12 meses de 7,1%.
Fonte: Agência Brasil