Brasil terá teste de farmácia para HIV no ano que vem, anuncia governo
Taxa de detecção manteve-se estável: 19,7 casos a cada 100 mil pessoas.
Ainda no primeiro semestre de 2016, as farmácias brasileiras devem começar a vender autotestes para detecção de HIV. Até o momento, testes de HIV eram feitos somente com intermédio de profissionais de saúde em laboratórios, centros de referência e unidades de testagem móvel. O anúncio foi feito nesta terça-feira, dia 1º, pelo Ministério da Saúde em coletiva de imprensa para divulgar os dados mais recentes sobre Aids no Brasil por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
A resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autoriza o registro de produtos para autoteste de HIV foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, dia 30. “Espera-se que, até o final do primeiro semestre do ano que vem, qualquer brasileiro possa comprar seu teste de HIV na farmácia, levar para casa e fazer o teste”, disse o médico Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Segundo Mesquita, os testes de farmácia devem alcançar um nicho da população que deixa de se testar por vergonha de ir a um serviço de saúde ou pedir o exame ao seu médico. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, observou que, caso o teste dê positivo, é importante que a pessoa vá até um centro de referência e faça um teste definitivo para confirmar o resultado.
Taxa de detecção de HIV estabilizada
Segundo os dados do novo Boletim Epidemiológico de HIV, divulgados nesta segunda-feira, dia 30, a taxa de detecção de HIV se manteve estabilizada. Em 2014, foram 19,7 novos casos a cada 100 mil habitantes. Em 2013, a taxa de detecção tinha sido de 20,4 novos casos a cada 100 mil habitantes.
O Ministério da Saúde estima que existam aproximadamente 781 mil pessoas vivendo com HIV no Brasil, das quais 83% foram diagnosticadas. Estão em tratamento 405 mil pacientes.
A meta do governo é que, até 2020, 90% das pessoas com HIV sejam diagnosticadas. Entre os diagnosticados, o objetivo é que 90% esteja em tratamento, dos quais 90% tenha a carga viral zerada. É a chamada meta “90 – 90 – 90”.
Mais casos entre jovens
Seguindo uma tendência observada nos anos anteriores, o número de novos casos é maior entre os jovens. “Nos preocupa a situação dos jovens. A Aids precisa ser encarada com a seriedade devida”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Fonte: G1, em São Paulo