Disque 100 recebe 21 mil denúncias de violações contra crianças no 1º trimestre
O Disque Direitos Humanos (Disque 100) recebeu 21.021 denúncias de violações de direitos humanos de crianças e adolescentes no primeiro trimestre deste ano. Os números representam uma queda de 1,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, informou nesta segunda-feira, dia 18, o ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), Pepe Vargas. Em relação ao perfil, 45% das vítimas eram meninas e 20% tinham entre 4 e 7 anos.
“Ainda é um número muito elevado”, disse o ministro. Segundo ele, as principais denúncias são negligência e violência física, psicológica e sexual. “O mais grave é que, em 58% dos casos de violação dos direitos, os suspeitos são pais ou mães. Isso revela o quanto ainda temos de caminhar para uma cultura de respeito aos direitos das crianças e adolescentes”, destacou o ministro, durante o lançamento oficial da campanha “18 de Maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
Coordenadora do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Criança e Adolescente, Karina Figueiredo, esclareceu que mais de 4 mil municípios terão atividades esta semana. “O objetivo é mobilizar e sensibilizar a sociedade para o tema, de modo que as pessoas não fiquem caladas diante de situações de abuso e de exploração. Os professores têm de ter um olhar mais apurado, os pais mais atenção e as crianças precisam aprender a se proteger”, explicou Karina.
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído com a aprovação da Lei Federal nº 9.970/2000. A data foi escolhida porque, em 18 de maio de 1973, em Vitória (ES), a menina Araceli, de 8 anos, foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada.
Um dos parceiros da campanha é o projeto da Caravana Siga Bem, que conta com duas equipes e quatro caminhões que, em nove meses, percorrerão 110 municípios de Norte a Sul do país. A proposta é conscientizar caminhoneiros e a população sobre a violência doméstica contra mulheres e a exploração sexual de crianças e adolescentes.
“Os caminhões viram palcos para teatro e música, além de promover serviços de saúde e palestras. É um trabalho de conscientização para os caminhoneiros, que podem ser nossos olhos na estrada. Eles apoiam no que tentamos passar com as palestras e o espetáculo, que é uma forma lúdica de transmitir a mensagem de combate à violência”, concluiu o coordenador de Responsabilidade Social da Caravana Siga Bem, Gustavo Curti.
Fonte: Agência Brasil