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Educação, mobilidade e atenção à saúde fazem da Holanda o país com as crianças mais felizes do mundo

crianças-escolaDomingo no Vondelpark, o principal parque de Amsterdã. Pais e crianças – quase sempre em bicicletas ou nos bakfiets, grandes cestas de madeira acopladas às bikes – brincam ao ar livre. É muita gente fazendo piquenique, escorregando nos parquinhos, nadando numa piscina pública.

“Na Holanda a felicidade passa muito por essa liberdade, esse tempo gasto ao ar livre. Isso aliado a uma boa segurança, a educação e a saúde de qualidade tornam nosso país realmente um lugar bacana para viver e ter filho”, explica Maaike.

As declarações da mãe holandesa casam bem com o mais recente relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que mediu a qualidade de vida das crianças nas 29 economias mais avançadas do mundo. Deu Holanda.

A partir desta quarta-feira (4) e até a próxima sexta (6), o G1 publica uma série de nove reportagens que investigam os fatores educacionais, econômicos e sociais por trás do sucesso holandês.

Medição da qualidade de vida
O país foi o único entre os ricos a estar no top 5 em todos os cinco aspectos da vida da criança, medidos pelo Unicef. O fundou criou um índice e um ranking para medir essa qualidade de vida, baseado nos aspectos abaixo:
Bens materiais: mede, entre outros, pobreza, desigualdade
Saúde e segurança: mortalidade infantil, imunização, entre outros
Educação: adesão ao ensino público desde a primeira infância, notas do Pisa
Comportamento e riscos: boa alimentação, prática de exercício, bullying, excesso de peso, gravidez na adolescência
Casa e ambiente: poluição do ar, como são as casas, homicídio

Os 5 melhores colocados (a menor nota é a melhor, de acordo com a posição nos rankings dos cinco aspectos medidos):
Holanda: 2.4
Noruega: 4.6
Islândia: 5
Finlândia: 5.4
Suécia: 6.2

Os cinco piores colocados:
Grécia: 23.4
Estados Unidos: 24.8
Lituânia: 25.2
Letônia: 26.4
Romênia: 28.6

Além disso, 95% das crianças holandesas de 11 a 15 anos mostraram-se satisfeitas com suas vidas: os dados foram compilados via tabelas fornecidas pelos países ao Unicef.

Na Islândia e na Espanha, os segundos colocados da lista, 90% das crianças disseram o mesmo. Nos EUA e na Alemanha, cerca de 83%.

As crianças holandesas também são as que melhor se relacionam com pais, mães e colegas da escola.

Os top três da lista:
Holanda: 84,5% (alegam achar os colegas legais e fácil conversar com seus pais)
Islândia: 83,2%
Suécia: 79,9%

Os três com menor índice
Grécia:63,8%
Estados Unidos: 63,3%
França: 59,4%

Indicadores reais
Para Laura Westendorp, conselheira-chefe do Unicef-Holanda, com sede em Haia, medir a qualidade de vida de crianças com indicadores reais torna este relatório muito especial.
“Tivemos que achar indicadores que realmente traduzissem isso, sem tornar os dados superficiais, e poder compará-los com os outros países. Medimos, por exemplo, quantos pares de sapato a criança tem, se ela come frutas ou vegetais frescos todos os dias, se toma café da manhã. Isso diz muito sobre como as crianças são tomadas em conta em seus países”, comenta.

As crianças na Holanda estão no topo da lista, segundo ela, porque o país é menos desigual do que a maioria dos países ricos. A diferença entre ricos e pobres não é tão alta. A educação é de qualidade, a adesão é bem cedo na vida da criança (4 anos), vê-se que o contato entre pais e crianças é bom.”No fim é uma junção de fatores que influenciam a felicidade e o bem-estar da criança”, afirma Laura.

Nascida na Romênia (o pior país rico no ranking do Unicef em qualidade de vida das crianças), Ana Maria Dobre é advogada. Trabalhou como conselheira de seu país na União Europeia antes de se casar, ter a pequena Sarah, de 2 anos, e passar a viver em Amsterdã.

“Aqui o ambiente é bem mais ‘relax’. Na Romênia as pessoas trabalham demais, mal tem tempo de ficar com as crianças. Os pais holandeses investem em manter uma boa relação de família desde cedo, não ligam muito para dinheiro nem status, não pressionam seus filhos a ser nada nem ter nota boa. O fato de ser um país plano e todos andarem de bicicleta também ajuda, ninguém fica estressado no trânsito”, atesta.

Fonte: G1

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