Movimentos sociais defendem democracia e pedem calma: ‘Não aceitamos terceiro turno’
Centrais sindicais apontam “prevaricação” de órgãos como a PRF. Alertam contra provocações e pedem respeito ao Congresso e ao STF
Dirigentes de centrais sindicais, além de movimentos sociais, protestam contra os bloqueios em estradas, iniciados após as eleições de domingo (30), e cobram respeito á democracia e ao resultado eleitoral. “Não podemos aceitar uma espécie de 3º turno que setores políticos isolados do bolsonarismo tentam, numa estratégia golpista e antidemocrática, submeter a sociedade brasileira através de tumultos, bloqueios de rodovias e outras manifestações sem respaldo político e popular”, afirmam as centrais, em nota divulgada nesta terça-feira (1º).
No documento, as entidades reafirmam a defesa do processo democrático “e do legítimo processo eleitoral”. Dessa forma, lembram “que todos devem se submeter à vontade soberana do povo e do eleitorado”.
Postura criminosa
Os sindicalistas consideram “inaceitável e criminosa” a posição de alguns setores “partidarizados” dos órgãos de segurança, citando especificamente a Polícia Rodoviária Federal, que estariam prevaricando no cumprimento de suas funções. “Conclamamos urgentemente que os governos federal e estaduais, as instituições democráticas, em todas as formas da Lei, adotem todas as providências, e o retorno da normalidade e garantir o respeito à democracia e ao resultado das eleições.”
Além disso, as centrais recomendam não aceitar “provocações e radicalismo”. E defendem o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) a busca do que chamam de “soluções republicanas“. É essa também, por exemplo, a avaliação interna do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no sentido de fortalecer as instituições, às quais cabe solucionar a crise.
Confira a nota das centrais.
Eleições legítimas e povo soberano
As centrais sindicais signatárias reafirmam a defesa da democracia e do legítimo
processo eleitoral de 30 de outubro, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva para a
Presidência da República, cujo mandato se iniciará em 1º de janeiro de 2023.
O segundo turno das eleições de 2022 ficará marcado na história do Brasil como o momento em que a democracia, a busca pela paz, pela justiça social e a normalidade política retornam pela vontade legítima e soberana do povo brasileiro.
Tendo em vista que as eleições em todo Brasil foram legítimas, democráticas, transparentes e reconhecidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e que todos devem se submeter à vontade soberana do povo e do eleitorado.
Não podemos aceitar uma espécie de 3º turno que setores políticos isolados do bolsonarismo tentam, numa estratégia golpista e antidemocrática, submeter a sociedade brasileira através de tumultos, bloqueios de rodovias e outras manifestações sem respaldo político e popular.
É inaceitável e criminosa a posição adotada por setores partidarizados dos órgãos de segurança – em especial da PRF (Polícia Rodoviária Federal) – que prevaricam no cumprimento de suas funções e obrigações legais e constitucionais.
Conclamamos urgentemente que os governos federal e estaduais, as instituições democráticas, em todas as formas da Lei, adotem todas as providências, e o retorno da normalidade e garantir o respeito à democracia e ao resultado das eleições.
É importante destacar que o movimento sindical não aceite provocações e radicalismos e reforcem a importância do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) na busca de soluções republicanas.
Estaremos vigilantes para garantir o respeito à democracia e o resultado das eleições.
São Paulo, 1º de Novembro de 2022
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da Nova Central Sindical de
Trabalhadores (NCST)
Antônio Neto, Presidente Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Fonte: Rede Brasil Atual