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Mulheres estão mais endividadas do que os homens: o que explica isso?

O Sem Filtro de hoje (18) trouxe um estudo que mostra como as mulheres se endividaram mais do que os homens no ano de 2022. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), quase 80% das mulheres ficaram com dívidas no ano passado. Entre os homens, o número não chega a 77%.

A análise mostrou que essas mulheres têm, em sua maioria, empregos informais, e até 35 anos de idade. Para reforçar essa falta de dinheiro, um estudo divulgado em março pelo Dieese mostrou que mulheres ganham cerca de 21% a menos que os homens e são maioria no índice de desempregadas – 55%.

Além disso, por conta do alto endividamento, a pesquisa também mostrou que 29,6% das mulheres tiveram mais dificuldade em pagar as contas – e 11% não tinham condição nenhuma de quitar essas dívidas.

Para a jornalista Semayat Oliveira, esse endividamento das mulheres também está ligado à manipulação emocional. A tese é corroborada pela advogada, professora e pesquisadora dos direitos das mulheres, Mariana Serrano, que explicou que quando a manipulação emocional é comprovada, ela pode se encaixar também na Lei Maria da Penha. “A manipulação emocional é quando existe uma manipulação para apropriação de bens ou financiamento indevido e as mulheres ficam na mão”, explicou.

“Não significa que são mulheres sem acesso à informação. Todas as mulheres podem passar por esse tipo de situação ao longo da vida”, Semayat Oliveira .

Cris Fibe: ‘A gente vai chamando de amor o cuidado e tempo gasto com marido, crianças e casa, mas isso causa estresse e falta de tempo para ser remunerada’

Recentemente Bela Gil lançou o livro “Quem vai fazer nossa comida?” e trouxe um questionamento sobre o trabalho doméstico não remunerado, que muitas vezes é chamado de amor. Durante o Sem Filtro, a jornalista Cris Fibe afirmou que a sociedade patriarcal em que vivemos força uma espécie de “domesticação” para que as mulheres continuem em um lugar de cuidado e amor.

“A gente vai chamando de amor o cuidado e o tempo gasto com marido, crianças, casa e roupa, mas isso causa estresse e falta de tempo para ser remunerada em outros trabalhos fora de casa. Mulheres que ficam em casa ou encaram jornada dupla ou tripla propiciam e são a base para que o sistema capitalista continue girando e tudo isso se relaciona com o endividamento das mulheres isso acaba perpetuando esse ciclo patriarcal”, Cris Fibe.

Além disso, ela também destacou que mães solteiras e mulheres negras, geralmente dedicam muito mais tempo ao trabalho doméstico por estarem em uma maior situação de vulnerabilidade social e isso acaba perpetuando esse ciclo patriarcal.

Assista ao Sem Filtro Quando: às terças e sextas-feiras, às 14h.

Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal UOL.

Fonte: Universa/UOL

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