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Mulheres podem levar 80 anos para conquistar equidade no mercado de trabalho

Relatório do Fórum Econômico Mundial aponta as dificuldades enfrentadas para ascender na carreira. Economista do Dieese cobra medidas práticas e mudança de mentalidade

Apesar do aumento de mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas, a equidade de salário e de condições de trabalho com os homens pode levar até 80 anos, segundo o Relatório Global de Equidade de Gênero, do Fórum Econômico Mundial, divulgado nas últimas semanas.

Para o comentarista econômico da Rádio Brasil Atual e coordenador de atendimento sindical do Dieese, Airton Santos, é “estarrecedor”, em pleno século 21, que essa questão ainda não tenha sido resolvida, Ele cobrou medidas práticas, no âmbito da legislação, mas também mudanças de padrões culturais e sociais para que tal prazo possa ser encurtado.

Airton afirmou que a realidade apontada pelo estudo não é exclusividade brasileira e que afeta também os países desenvolvidos. Ressaltou, porém, que nos países emergentes se faz presente com maior intensidade.

“É uma questão grave porque não se trata de habilidades ou capacidade de trabalho intelectual – não há diferenças entre mulheres e homens nesse aspecto. Mas existe, ao que parece, alguma coisa cultural, algum preconceito em relação à presença da mulher, que faz ela não ter as mesmas oportunidades e a mesma velocidade de ascensão dentro das empresas”, analisou o coordenador do Dieese.

Para além do preconceito, Airton Santos identifica a dupla jornada enfrentada pelas mulheres como uma das causas da disparidade, pois “impede que a mulher foque, de fato, a carreira profissional porque ela fica dividida”, disse, afirmando que o homem geralmente não assume responsabilidades domésticas, como o cuidado com os filhos, preparo de alimentos e limpeza da casa, por exemplo.

Santos classificou tal separação de papeis entre homens e mulheres como “primitiva” e que é preciso que os maridos repensem suas posturas e assumam também tarefas domésticas, garantido assim às mulheres as mesmas oportunidades no mercado de trabalho.

“As empresas precisam respeitar as condições femininas e criar possibilidades para que elas ascendam nas empresas”, cobra Airton. Para ele, à medida que mais mulheres ocupem cargo de direção nas corporações, serviria de estímulo para ascenderem em suas carreiras.

O comentarista criticou também as estruturas sindicais brasileiras, setor que, mesmo também registrando aumento da participação das mulheres, mantém a maioria das direções das entidades ainda compostas por homens.

Fonte: Rede Brasil Atual

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