Sem celular na aula: ‘Dos 12 aos 18 anos não é saudável mais de 3h por dia’
‘Amar’, programa apresentado por Mariana Kupfer, vai ao ar toda segunda-feira no Youtube de Universa e toda sexta-feira no Canal UOL às 20h. No episódio desta semana, a educadora parental Claudia Alaminos fala dos principais desafios enfrentados na criação dos filhos, principalmente no que diz respeito ao uso de telas e eletrônicos.
Recentemente foi sancionada a Lei 4.932 de 2024, que restringe o uso de celulares por estudantes em escolas públicas e privadas durante as aulas, recreios e intervalos. A medida, defendida e celebrada por Claudia, é uma tentativa de proteger a saúde mental e o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
A especialista explica que, no caso de pessoas com idades entre 12 e 18 anos, não é saudável usar aparelhos eletrônicos por mais de três horas por dia. “Mais do que isso, começa a cair no risco de dependência”, afirma. Nesse sentido, ela ressalta que determinações como a da lei são importantes para garantir uma espécie de moderação desse uso.
“O adolescente ainda não desenvolveu o controle inibitório, que é a maturidade para rejeitar aquilo que faz mal, mesmo que seja gostoso”, Claudia Alaminos, educadora parental.
Além disso, Claudia enfatiza a importância de um pacto coletivo entre os pais, com acordos para os filhos que dividem o convívio, como o no ambiente escolar. “Se sua filha não vai levar o celular para escola, mas a filha do outro leva, elas vão compartilhar”, afirma. “Em relação aos eletrônicos, não há outra saída a não ser colocar uma regra tanto de tempo quanto de conteúdo.”
Além dos aplicativos que podem ser usados para esse tipo de controle, a especialista sinaliza a importância de negociar as possibilidades de uso com os filhos.
Como lidar com desinteresse pelos estudos?

Em época de volta às aulas algumas crianças e adolescentes podem expressar certo desinteresse pela escola. Nesses casos, é importante que os pais se mantenham alertas, pois pode ser um sinal de que o filho esteja passando por experiências negativas no ambiente escolar, como casos de bullying.
“Muitas vezes o desinteresse é da boca pra fora, às vezes é a pontinha do iceberg, porque o que está por trás é medo, insegurança ou cansaço”, explica Claudia.
Quando são vítimas de bullying, crianças e adolescentes se expressam de maneiras distintas e nem sempre conseguem comunicar que algo ruim está acontecendo na escola. A educadora explica que, no caso dos pequenos, a situação é ainda mais complicada, pois eles ainda não desenvolveram a habilidade de identificar, entender, expressar e controlar as próprias emoções.
“Isso traz reações comportamentais: quando a criança volta da escola muito apática ou irritada, uma criança que era boazinha e fica mais agressiva, tudo isso pode ser indício de que algo não vai bem na escola”, ressalta.
No caso dos adolescentes, é comum que eles prefiram esconder a situação. “O bullying na adolescência faz a pessoa se envergonhar de ser a vítima, ele acha que vai decepcionar os pais”, destaca Claudia.
Nesses casos, é importante acolhê-los e oferecer um ambiente de confiança, sem deboches ou julgamentos, para que eles consigam dizer o que está acontecendo.
“Não podemos olhar o adolescente como alguém que está sempre em débito com a gente, alguém chato ou ruim”, afirma a educadora.
Fonte: Universa/UOL