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SUS tem mais de um milhão de pacientes à espera de cirurgia, diz Conselho de Medicina

A fila de espera para cirurgias eletivas — não urgentes — no Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a aproximadamente 904 mil procedimentos no país. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Cirurgias de catarata, hérnia, vesícula e varizes estão entre as mais demandadas pela população que depende da rede pública. A espera pode chegar a mais de dez anos.

O número do levantamento do CFM é resultado da soma das informações repassadas por secretarias de Saúde de 16 estados e dez capitais, onde, respectivamente, constam pedidos de 801 mil e 103 mil procedimentos cirúrgicos. Dados do Rio de Janeiro não estão contabilizados no relatório. O conselho informou que foram solicitadas informações a todos os estados e capitais.

Segundo os dados analisados, quase metade de todos os procedimentos pendentes no país estão concentrados em apenas cinco tipos diferentes: catarata (113.185), correção de hérnia (95.752), retirada da vesícula (90.275), varizes (77.854) e de amígdalas ou adenoide (37.776). Só no estado de Minas Gerais são mais de 31 mil tratamentos cirúrgicos de varizes. Já em São Paulo e Goiás, a maior demanda é por correções da opacidade do cristalino, mais conhecida como cirurgia de catarata. São cerca de 24 mil e 15 mil cirurgias pendentes, respectivamente.

— Pela primeira vez o Conselho Federal de Medicina se aproxima do tamanho real da fila por cirurgias no SUS. Ainda que parciais, os números impressionam, já que os estados que prestaram informações representam metade de todo o volume cirurgias efetivamente realizadas na rede pública em 2016 — explica o presidente da autarquia, Carlos Vital.

Segundo o conselho, no ano passado 1.652.260 cirurgias eletivas foram realizadas no SUS. As mais de 801 mil cirurgias informadas pelos estados correspondem à soma das filas declaradas por Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Pernambuco, São Paulo e Tocantins. Também, foram incorporados os dados da Bahia, que enviou informações de pacientes que ingressaram na fila em 2017 e, do Rio Grande do Norte, onde foi apresentada apenas a fila ortopédica.

No caso das capitais, os quase 103 mil procedimentos em espera dizem respeito às prefeituras que atenderam ao pedido de acesso: Aracajú, Belo Horizonte, Campo Grande, Fortaleza, João Pessoa, Porto Alegre, Recife e São Paulo. Além destas, Boa Vista e Palmas apresentaram, respectivamente, apenas a lista de cirurgias de uma unidade hospitalar e a lista de cirurgias oftalmológicas.

Longa espera
O levantamento contabilizou que pelo menos 746 pedidos de cirurgias eletivas constam pendentes na lista de regulação dos estados e capitais há mais de 10 anos. O número foi extraído apenas das filas dos estados e capitais que atenderam ao pedido de acesso à informação analisados pelo CFM, mas já revelam uma sistêmica fragilidade na gestão do SUS, que aflige pacientes e famílias em todo o país.

Embora sejam procedimentos que não precisam ser realizados em caráter de urgência, ou seja, podem ser agendadas, em muitos casos o tempo é crucial.

Fonte: O Globo

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