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Trabalhadores da RMC prometem aderir à greve

Trabalhadores, dirigentes sindicais, representantes de movimentos sociais e estudantes prometem paralisar as atividades de escolas (públicas e particulares), comércios, fábricas, transporte e serviços públicos, estradas e aeroportos amanhã numa greve geral contra as reformas da Previdência e Trabalhista em todo o País.

Em Campinas e região, mais de 20 pontos deverão ter bloqueios e manifestações. O objetivo é pressionar deputados e senadores a desistirem das mudanças vistas como prejudiciais aos trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos.

Os organizadores locais do movimento esperam uma grande adesão. Os sindicatos prometem manifestações em vários pontos, como portas de fábricas, entradas de bancos e garagens de empresas de ônibus. Colégios como Imaculada, São José e Unisal já informaram aos pais e alunos que vão suspender as aulas. A justificativa vai da preocupação com os desdobramentos das manifestações, como fez o São José, até o apoio ao movimento, como se posicionou o Unisal.

A articulação da greve geral está a cargo dos movimentos sociais, centrais sindicais, sindicatos e entidades de classe. Representantes dos trabalhadores afirmaram que há uma grande pressão dos empregadores, até com a ameaça de demissão, enquanto outros já avisaram que vão descontar o dia de trabalho. Pelo lado dos empresários, o discurso é de apoio às reformas.

O presidente do Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro Campinas), Carlos Virgílio Borges, afirmou que a mobilização envolve dezenas de categorias e que a entidade convocou os professores da rede particular a participar. A base do sindicato tem 15 mil professores em oito cidades.

Bloqueios
O diretor do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), Arthur Ragusa Guimarães, comentou que serão três frentes em Campinas e região: mobilização nas garagens de ônibus, bloqueios em rodovias e piquetes na frente das fábricas que próximas às estradas. “Serão mais de 20 pontos de mobilização”, disse.

Ele informou que na Replan será realizado um ato na porta da refinaria. “Não faremos a troca de turno e um grupo de trabalhadores vai ficar mais tempo na refinaria. A empresa deve acionar um sistema de contingenciamento”, disse.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Júnior, afirmou que existe uma grande articulação de vários segmentos sociais para a greve geral. “Temos vários grupos, como químicos, servidores públicos, rodoviários e outras categorias. Na nossa base, trabalhadores de mais de dez empresas fizeram assembleia e sinalizaram com a paralisação”, disse. A base dosindicato tem 60 mil metalúrgicos.

Lista
Na lista de direitos dos trabalhadores que serão alterados com a aprovação da Reforma Trabalhista, conforme os representantes sindicais, estão mudanças como a divisão das férias em três períodos e a sobreposição das convenções e acordos coletivos vão à CLT.

Um dos temas que está no centro da discussão é o fim da contribuição sindical, um imposto é descontado compulsoriamente uma vez por ano dos salários dos trabalhadores, sejam eles sindicalizados ou não. Uma grande parte das entidades vive desses dinheiro.

A presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Ana Stela Alves de Lima, também espera por uma grande adesão. “A expectativa é que o movimento seja um dos maiores que o País já registrou nos últimos anos”, disse.
A diretora de Comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campinas, Rosana Medina, afirmou que a entidade está convocando os trabalhadores a paralisarem as atividades e a participar de dois atos no Largo do Rosário, às 11h e 16h.

O Sindicato Nacional dos Aeronautas informou que a categoria está em estado de greve e vai realizar uma assembleia hoje para definir se adere à greve geral. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Mobiliário de Campinas e Região informou que vai parar várias obras amanhã. A base da entidade tem 15 mil trabalhadores dos segmentos.

Pressa
A pressa em aprovar as reformas e a falta de diálogo do Congresso com a sociedade foram criticadas pelo presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15<SC210,170> Região (Amatra XV), Marcelo Bueno Pallone.
Ele afirmou que a entidade apoia a mobilização dos trabalhadores e que muitos pontos das reformas trarão retrocesso. “Há dispositivos da CLT que precisam de mudanças, mas o texto que está em discussão no Congresso muda mais de 100 deles e desconstrói completamente a CLT”, comentou.

O magistrado salientou que uma reforma como a proposta pelo Congresso precisa de uma discussão mais profunda com toda a sociedade.

“Há muitos retrocessos nos direitos que os trabalhadores conquistaram. Não há como fazer uma reforma sem ouvir a sociedade e com tanta pressa. Não concordamos com a tramitação do projeto e apoiamos o movimento como forma de abrir a discussão”, disse. Ele também criticou a proposta da reforma da Previdência, que, afirmou, trará prejuízos tanto aos trabalhadores do regime geral quanto aos servidores públicos.

Fonte: Correio Popular

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