Mudança cultural sobre a mulher trabalhadora deve começar com alunos em sala de aula
O Brasil tem uma realidade que a grande maioria da população desconhece ou finge que não vê: existem as mulheres jovens que ainda têm casamentos arranjados pelas famílias e meninas virgens que são vendidas para diminuir a miséria nos sertões esquecidos do nosso País.
E não para por aí, o machismo está tão arraigado em nossa cultura que parece ser natural esperar que as mulheres se vistam “comportadamente” para não sofrerem assédio, nem cantadas e, que elas também aceitem ganhar menos do que os homens para desempenhar as mesmas funções.
Esse foi o tema do encontro Mulheres em Movimento promovido no dia 15 de abril pelo Sinpro Campinas e Região para um público de aproximadamente 30 pessoas. As diretoras do SEAAC Campinas e Região, Elizabete Prataviera, presidente e Anna Carolina Delfino Hipólito de Moraes, secretária-geral participaram do evento. Para falar sobre o Feminismo a convidada foi Cléo Dias, Secretária da Mulher do PCdoB Campinas, Coordenadora do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Campinas e membro da União Brasileira de Mulheres – UBM. Já a acupunturista, massoterapeuta, Vivian dos Santos Molina Valente, aceitou o desafio de falar sobre a Saúde da Professora: históricos do ocidente e a visão da Medicina Milenar Chinesa.
O Encontro, idealizado Lidiane Silva Gomes, diretora do Sinpro Campinas e Região, responsável pelas discussões de etnia e gênero, trouxe à reflexão temas sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mundo do trabalho e a forma de superá-las.
Tantos as questões relativas à cultura machista, quanto ao adoecimento da mulher no trabalho, defenderam as palestrantes, devem ter espaço para discussão em sala de aula, reuniões pedagógicas e nas pautas de reivindicações dos professores, como forma de mudar a compreensão e a repetição deste modelo.
As sindicalistas Elizabete Prataviera e Ana Carolina Hipólito, do Sindicato dos empregados de agentes autônomos do comércio de Campinas, participaram do encontro, a convite da UBM e consideram o debate revelador. “A gente nem se dá conta destes comportamentos no ambiente de trabalho, mas há alguns anos incluímos em nossas pautas de reivindicações das diferentes categorias, a questão da igualdade de gênero, o combate ao assédio moral e a proteção às mulheres vítimas de violência”, disse Elizabete Prataviera.