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Sem acordo, greve de pilotos e comissários entrará no 4º dia nesta quinta

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), as empresas aéreas ainda não fizeram nenhuma proposta de reajuste salarial que atenda as demandas da categorias. A greve em aeroportos teve início na segunda (19) e se encaminha para o quarto dia

José Cruz/ABr
O presidente do SNA, Henrique Hacklaender, disse que tanto as empresas, quanto os trabalhadores, não esperavam chegar ao 3º dia da greve. Segundo o dirigente, o movimento tem sido inédito, mas as companhias ainda estão intransigentes – José Cruz/ABr

A greve de pilotos e comissários nos principais aeroportos do Brasil está mantida para esta quinta-feira (22). De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), as empresas aéreas ainda não fizeram nenhuma proposta de ganho real sobre os salários, ou apresentaram melhorias nas condições de trabalho, como reivindica a categoria. Sem acordo, a paralisação, que teve início na segunda-feira (19), deve se encaminhar para o quarto dia, amanhã.

Em uma live, nesta quarta (21), o presidente do SNA, Henrique Hacklaender, observou que tanto as empresas, quanto os trabalhadores, não esperavam chegar ao terceiro dia da greve. Segundo o dirigente, a intensidade do movimento é inédita e deve ganhar força nos próximos dias. Hacklaender, acompanhando as paralisações do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, observa um aumento na quantidade de tripulantes que apoiam a paralisação. 

Por determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), os aeronautas fazem uma greve parcial, diariamente, das 6h às 8h, garantido o mínimo de 90% de pilotos e comissários em serviço durante a manifestação. As paralisações se concentram em noves pontos estratégicos. Em São Paulo, por exemplo, nos aeroportos também de Guarulhos e Viracorpos, em Campinas. No Rio de Janeiro, eles também param as atividades tanto no Santos Dumont, como no Galeão. O que se repete em Belo Horizonte (Confins), Brasília (Juscelino Kubitschek), Porto Alegre (Salgado Filho) e Fortaleza (Pinto Martins). 

Situação dos aeroportos: atrasos e cancelamentos

“Os voos vêm sendo paralisados e atrasados. Tivemos em voos nacionais e internacionais (a greve), e em aeroportos que até então não havia nenhuma parada e isso é muito bacana. (…) O que a gente percebe é que as empresas estão tentando se encaixar nesse modelo de greve e tentando fazer com que os voos saiam. Muitas vezes vai alguém da chefia faz o voo e por esse motivo o voo acaba saindo. Mas o que se percebe é que os demais colegas param, os demais colegas fazem a sua parte”, descreveu o presidente do sindicato. 

Pela manhã, nove voos atrasaram e 12 foram cancelados, somente em Congonhas. O Santos Dumont foi um dos mais afetados, com 14 atrasos e 19 cancelamentos. Nos demais, a situação de atraso também foi repetida, mas sem cancelamentos. 

Trabalhadores cobram segurança

A categoria destaca que o movimento é pela melhoria da qualidade de vida e da profissão. Eles reivindicam a recomposição inflacionária dos 12 meses até dezembro, na casa de 5,9%, além de um ganho real de 5%. De acordo com o SNA, a convenção coletiva dos tripulantes vence neste mês e, desde outubro, eles estão em negociação, mas não tiveram indicação das empresas de melhora. O que levou a deflagração da greve. 

“Essa greve é totalmente legal, nós estamos cumprindo todos os ritos, estamos dentro da legalidade, trazendo força para esse movimento. (…) Nós estamos aqui em busca de algo maior, em busca de melhores condições. E estamos indo no caminho certo. As empresas com certeza não esperavam que a greve fosse chegar nesse ponto. Elas não aguardavam que fossemos passar do segundo dia. Em anos anteriores tivemos mobilizações parecidas, até com mais gente nos aeroportos, mas que eram paralisações de uma hora, por um ou dois dias. E nós atingimos o terceiro dia e isso é surpreendente para as empresas. Logo isso vai terminar porque tem que terminar, mas a categoria precisa sim continuar mostrando a sua força”, defendeu Hacklaender. 

Negociação

Em nota publicada nesta terça (20), o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) declarou que as companhias têm colaborado com a negociação e buscado soluções para garantir o pleno atendimento de todos os seus clientes, especialmente neste período de alta temporada. 

A entidade patronal também argumentou que as empresas acataram a proposta mediada pelo TST no final de semana. O acordo, elaborado pelo vice-presidente do tribunal, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, previa eposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real de 0,5%. Bem abaixo do 5% cobrado pelos trabalhadores, que rejeitaram a proposta. 

De acordo com SNA, as empresas informaram ao mercado que estão se recuperando, em números até superiores aos patamares de 2019, antes da pandemia de covid-19. Com os valores das passagens “absurdamente mais altos do que no inicio do ano”, segundo o sindicato, a categoria vem tentando chegar a um consenso com as empresas áreas. 

Fonte: Rede Brasil Atual

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