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Povo nas ruas é a saída para reverter o avanço da reforma trabalhista no Senado, afirma diretor do DIAP

Para Antônio Augusto, diretor do DIAP o desmonte do movimento sindical proposto pela reforma trabalhista ameaça à democracia no país.

A pressão dos sindicatos e da sociedade é a saída para frear ou melhorar o projeto da reforma trabalhista em tramitação no Congresso Nacional. O movimento sindical passa por um momento crucial e precisa criar alternativas para o enfrentamento, porque as forças conservadoras e neoliberais se prepararam para o confronto contra a classe operária. A afirmação foi feita pelo diretor técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Augusto Queiroz, em palestra na semana passada, para os dirigentes dos frentistas, em Brasília. Segundo ele, a reforma trabalhista é uma tragédia porque desmonta as três fontes do direito do trabalho, transferindo a renda dos assalariados para os mais ricos.

Ele chamou a atenção dos sindicalistas para o desmonte da democracia no país. Antônio Augusto afirmou que a reforma trabalhista não só retira os direitos dos trabalhadores, como limita a democracia no país. De acordo com o diretor do DIAP, a estratégia montada pela oligarquia visa enfraquecer o poder do trabalhador, do povo e do eleitor, a partir do enfraquecimento do movimento sindical. Para eliminar o poder da classe operária, que nos últimos 15 anos ascendeu socialmente, o governo propõe na reforma trabalhista o fim do imposto sindical. O cientista político lembrou que a imprensa, os partidos políticos e os sindicatos são os pilares da democracia, e que o fim do imposto sindical tem por objetivo excluir as entidades de classe dos debates e das lutas sociais. “A imprensa conta com imunidade tributária e usa recursos da sociedade para desenvolver projetos; os partidos políticos recebem recursos para promover seus candidatos, então por que alijar o movimento sindical”, questionou?

O diretor técnico do DIAP alertou que não há conflito entre os poderes executivo, legislativo e judiciário como muitos imaginam. De acordo com Antônio Augusto, os poderes hoje trabalham em harmonia e aprovam medidas que restringem os direitos do povo. Ele cita como exemplo os projetos prejudiciais à sociedade, enviados pelo governo Temer ao Congresso, que avançam a toque de caixa, como as últimas decisões do Supremo Tribunal Federal que permitem o desconto nos salários de servidores grevistas e acaba com a desaposentação.

Manifestações
Antônio Augusto disse que os sindicatos precisam pressionar os senadores para rejeitar ou modificar o projeto da reforma trabalhista, que vai acabar com a organização dos trabalhadores. Ele declarou que não há mais tempo para debater propostas e que às ruas são a saída para frear a sede do capitalismo selvagem. “Tem que ficar claro que quem votar contra o trabalhador não vai se reeleger e que o parlamentar não contará mais com financiamento para bancar suas campanhas. Hoje, os empresários financiam as campanhas políticas porque precisam dos parlamentares para defender os seus interesses, com a aprovação das reformas, o capital não precisará mais dos políticos”.

O diretor do DIAP revelou que o trabalhador dificilmente conseguirá recuperar seus direitos se a reforma trabalhista virar lei. Segundo Antônio Augusto, o movimento sindical depende só dele para se defender nesse processo. “Não há solução para os conflitos coletivos fora da política. Quando a sociedade desqualifica a política, ela faz por falta de informação ou por má-fé para afastar o povo dos debates, e em consequência, deixar o estado assumir a situação para defender seus próprios interesses”, concluiu.

Fonte: Fenepospetro

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