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Saúde mental durante a pandemia piorou para 62% das brasileiras, diz estudo

A pandemia trouxe diversos impactos à saúde dos brasileiros, tanto físicos quanto emocionais. E, em relação ao segundo item, as mulheres dizem ter sido mais impactadas do que os homens.

Segundo estudo realizado pelo Instituto FSB a pedido da companhia seguradora SulAmérica, 62% das brasileiras afirmam que a saúde emocional piorou ou piorou muito durante o período. Em relação aos homens, o índice não chega à metade: 43% dizem ter ficado mais abalados.

A preocupação em relação ao tema também prevalece dentro da população feminina. Entre elas, 63% dizem estar preocupadas com a saúde emocional. Entre os homens, a taxa é de 47%.

A pesquisa foi realizada em setembro por meio de 2.100 entrevistas com brasileiros a partir de 18 anos e com representantes dos 26 estados e do Distrito Federal.

Outro estudo, divulgado em 2020 pela Plataforma Gente, mostro que enquanto 33% dos homens estão ansiosos, quase metade das mulheres dizem se sentir assim (49%). E a ansiedade vem acompanhada de outros problemas: insônia, que está presente no dia a dia de 33% das mulheres contra 19% dos homens; enxaqueca, um sintoma de 18% das mulheres e apenas de 9% dos homens; e alimentação excessiva, que vem ocorrendo com 42% das mulheres e 36% dos homens.

Entre as explicações para a sobrecarga mental estão o aumento das obrigações com os cuidados domésticos durante a quarentena, tanto em relação à casa quanto à saúde e bem-estar da família.

“Mesmo entre as mulheres que vivem em casas onde a divisão de tarefas é feita de maneira igual com o homem, normalmente essa divisão se refere mais à execução das atividades e não à gestão. Ou seja, o ato de pensar, planejar e de tomar decisões recai sobre as mulheres”, afirma a psicóloga e mestre em Psicologia Cognitiva pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Nina Taboada*.

“No cenário da pandemia, as mulheres acabaram cuidando da saúde das pessoas da casa, do planejamento alimentar e até dessa própria divisão das tarefas”, diz.

E a tendência não se restringe ao Brasil. Pesquisa realizada em 2020 pela Universidade de Nottingham e pelo King´s College, ambos do Reino Unido, mostrou que as britânicas apresentam níveis mais altos de estresse e de ansiedade na crise sanitária do que os homens.

Segundo a professora de psicologia da saúde da Universidade de Nottingham, Kavita Vedhara, que coordenou a pesquisa, as várias funções que, socialmente, são exigidas da população feminina levou as mulheres a desenvolver mais problemas mentais.

“O fato de elas terem níveis mais altos de estresse pode ter relação com os ‘malabarismos’ para conciliar a educação dos filhos com o trabalho, além de ter outras pressões, demandas e preocupações”, afirmou Vedhara na época.

*Entrevista publicada na reportagem “Na pandemia, mulheres têm mais ansiedade, insônia e enxaqueca do que homens”, em 24 de setembro de 2020.

Fonte: Universa/UOL

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