Unicamp e Strategic vão ter que explicar ao MPT processo de substituição dos vigias
O Ministério Público do Trabalho de Campinas quer informações sobre o processo de licitação da Unicamp que definiu como vencedora a empresa Strategic Security Patrimonial, para prestar serviços de vigilância no campus da Universidade.
Outra medida do MPT é com relação ao processo seletivo para o preenchimento das vagas de vigilantes, incluindo a relação dos trabalhadores selecionados, documentação dos cerca de 2.000 candidatos às vagas, discriminação das atividades que vão desempenhar junto à Unicamp, formas de divulgação e publicidade do processo seletivo para o público interessado e os critérios adotados para a contratação.
As medidas foram tomadas na última sexta-feira, dia 22 de setembro, durante nova audiência de conciliação no Ministério Público do Trabalho com a participação do SEAAC Campinas e Região, da Unicamp, Funcamp e de um representante da Strategic, realizada com o objetivo de garantir a contratação de parte dos vigiais demitidos da Funcamp neste mês. A procuradora encarregada do processo sugeriu que a empresa de segurança assumisse parte dos cerca de 220 vigias que perderam seus postos de trabalho, recrutando os mesmos para atuarem na vigilância da Unicamp.
A representante da empresa disse que a Strategic já havia encerrado o processo seletivo e que começaria a atuar no dia 3 de outubro. Disse também que não havia intenção de contratar os demitidos da Funcamp, porque “tem o direito de escolher quer quer e que existe toda uma questão relacionada à continuidade do vínculo trabalhista, diferença salarial, diferenças em benefícios, que podem ser levados à Justiça do Trabalho”, declarando abertamente o ato discriminatório contra os vigias dispensados, e confirmando as denúncias do SEAAC Campinas de que houve impedimento para que os atuais vigias se candidatassem às vagas.
Confirmada a denúncia, a procuradora quer agora verificar todo o processo de licitação da Funcamp na prestação do serviço à Unicamp, e no novo processo realizado para substituir o serviço por terceiros.
A procuradora do MPT deu prazo de cinco dias para que a Strategic e a Unicamp forneçam todos os documentos e informações necessárias para o andamento do processo do Ministério Público.
Antes de encerrar a audiência a representante do MPT reafirmou a solicitação de que a Strategic assumisse, ao menos em parte, os demitidos da Funcamp. Sendo novamente negado pela advogada da empresa.
O SEAAC vai acompanhar o processo do MPT de perto e dará as informações e orientações necessárias aos demitidos.